sábado, 8 de agosto de 2009

Sinfonia de Paris


Mudando de Tennesse Willians para os musicais..... Esse, um marco nos musicais, com Gene Kelly, Leslie Carron e direção do Minnelli. Não tem como não ser um bom filme....
Como em todos os musicais da Metro, esse também tem uma história açucarada e um tema ingenuo. Não é superficial, é poético. A história é apenas um gancho para as belissimas cenas de dança. Esse filme lançou Leslie Carron no cinema. A bailarina foi descoberta por Gene Kelly. O filme é baseado na música "An American in Paris", de Gershwin.
O filme conta a história de um pitor americano (Mulligan) que vive em Paris com uma bolsa do governo (assim como aconteceu com Gershwin), um amigo pianista (Adam Cook) que vive no mesmo prédio e um cantor já consagrado (Henri Baurel). Um belo dia, uma americana pelos quadros de Mulligan e resolve patrocina-lo. Na primeira vez em saem, Mulligan se apaixona pela bela Lise (namorada de Henri). O que vale é a música, as coreografias e, no caso de Minnelli como diretor, a fotografia multicolorida. O filme se encerra com um balé de 18 minutos, duração inédita para os padrões hollywoodianos, e é um resumo da relação de Mulligan e Lise. Momentos inesqueciveis do cinema:

  • Gene Kelly: Bailarino e coreógrafo fenomenal, todas suas cenas são imperdiveis. Na minha opinião, uma das mais belas é logo no comecinho, quando com uma coreografia muito sutil, ele nos apresenta seu apartamento.


I Got Rhythm: A cena em que Gene Kelly dá uma "aula" de inglês para as crianças da rua e canta com elas I Got Rhythm é simplesmente maravilhosa. É impressão minha ou as crianças dos filmes antigos eram normais e as de hoje são extremamente chatas?

  • Show de Henri Baurel: A cena de seu show foi um dos grandes problemas de filmagem. O desafio era fazer com que os degraus acendessem e apagassem enquanto ele os subia e descia. O resultado é bem bacana.
  • Baile dos artistas: Essa é a cena de ligação para o balé final. A idéia era que fosse um tumultuado e barulhento baile de máscaras, mas Minnelli não gostava muito da idéia. Resolveu então fazer o baile em branco-e-preto, igualmente tumultuado e barulhento. Minnelli usou esse recurso para orientar o olhar para o balé esfuziante e colorido do sonho de Mulligan.
Curiosidades: por problemas de orçamento, foram feitas somente duas tomadas em Paris, e Gene Kelly não está em nenhuma delas. O filme levou seis estatuetas da academia, incluindo melhor filme e melhor roteiro.
Não tenho dúvidas de que esse filme está nos meus top 10 musicais. É belo, agradável, poético, encantador e se tornou um marco entre os musicais da Metro.

sábado, 1 de agosto de 2009

Uma Rua Chamada Pecado


No embalo e no pique de Tennesse Willians, resolvi assistir Uma Rua Chamada Pecado (pois é, em terras tupiniquins essa foi a tradução de "Um Bonde Chamado Desejo"). Li o livro recentemente e ainda não tinha visto o filme depois da leitura.
Uma mulher neurótica vai visitar a irmã que vive com o marido em New orleans. Ela logo entra em conflitos com o cunhado Stanley, um polonês machista e grosseiro. A visita acaba se estendendo por meses, tumultuando a vida de todos e trazendo verdades a tona. O filme é super teatral, e as interpretações primorosas.
O que torna o filme uma obra-prima:


Elenco: Um dos pontos fortes do filme. Memóravel interpretação de Marlon Brando, no auge da carreira. Seu Stanley é belo, sensual, grosseiro e carismático. A Blanche de Vivian Leigh é o oposto de Scralet de "E o Vento Levou...": intensa e desiquilibrada, imagino que deve ter chocado as platéias da época.

Elia Kazan: Direção maravilhosa. A adaptação é extremamente fiel, mantendo a força da trama e dos personagens psicolicamente muito intensos.



Curiosidades: Todos os atores de Uma Rua Chamada Pecado já haviam interpretado os mesmos papéis na Broadway, exceto Vivien Leigh, que havia interpretado Blanche DuBois em Londres.
Elia Kazan já havia dirigido a peça no teatro, revelando Marlon Brandon. Tennessee Williams
Ganhou Oscars de melhor atriz (o segundo para Vivien Leigh) e atores coadjuvantes (Karl Malden e Kim Hunter). Marlon Brandon levou a estatueta no ano seguinte, por sua atuação em "Sindicato dos Ladrões", também dirigido por Kazan.
Quando o filme foi lançado, 3 minutos foram cortados pela censura, devido ao seu teor "sexual"

Parece estranho um filme tão bom ter tão pouco a ser falado. Mas é isso, o filme é ótimo e qualquer coisa mais a ser dita estraga o encanto do mesmo. Tem que assistir e admirar, ponto. Você termina de ver o filme extasiado, feliz por saber que existiu uma época com filmes de qualidade (nada contra filmes "modernos", mas tá dificil achar um novo Kazan, um novo Brandon...). Certamente, ta nos meus Top Dramas. To pensando em fazer um Top adaptações de teatro.......

P/ encerrar, a frase mais forte do filme: "Eu sempre dependi da bondade de estranhos".